quinta-feira, março 31, 2005
quarta-feira, março 30, 2005
Aventura
Afinal de contas, nem tudo é Poesia nem Música... E parece que uma aventura pode ter fim... Aos vinte anos, ingressei no curso de Finanças da Escola de Gestão do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. Com algumas agruras, enfrentei o primeiro ano, cotejando as matemáticas que pareciam frívolas. Porém, constatei com a realidade financeira de todo o tipo de empresas e descobri que existem instrumentos financeiros que nos permitem contrariar o comportamento de uma taxa de juro variável e interbancária, aglutinada a um spread de um simples empréstimo concedido por uma instituição financeira, optando por uma taxa de juro fixa e assegurar hoje uma taxa de juro sobre uma aplicação futura. Conheci melhor os meios financeiros que permitem auferir rentabilidades com o montante monetário por nós próprios investido. Lidei com professores benignos, experientes e eloquentes e ainda professores que eram mais demagogos do que pedagogos. Enfim, cheguei ao semestre derradeiro com o suporte familiar, magistral e oriundo da simbiose manifestada pelos meus genuínos colegas.
quinta-feira, março 24, 2005
Lágrimas tudo
Só de pensar amor, como se o procurasse,
encheram-se-me os olhos de humidade.
Exactamente os mesmos olhos, a mesma fonte, se buscasse
fitá-los na outra face,
do ódio, da violência, da impiedade.
Porquê, lágrimas tudo?
Faz chorar o menino quando nasce,
e o homem quando morre.
E a desumana voz que grita: Faça! - e faz-se,
e a outra, a que nos fala, e em doce tom discorre.
E as equações diferenciais do espaço,
e os três metros quadrados de uma cela.
E a truculenta família do palhaço,
e a fétida ninhada da cadela.
E as aguarelas frescas da manhã,
e o lápis de carvão da sombra traiçoeira.
E os burgueses do Rodin,
e os robertos da feira,
e a Capela Sistina,
e os bonecos de barro de Barcelos,
e a menina de vidro, opalescente e fina,
e a velha bruxa de excrementos nos cabelos.
Tudo, lágrimas tudo.
Porquê, lágrimas tudo?
António Gedeão
encheram-se-me os olhos de humidade.
Exactamente os mesmos olhos, a mesma fonte, se buscasse
fitá-los na outra face,
do ódio, da violência, da impiedade.
Porquê, lágrimas tudo?
Faz chorar o menino quando nasce,
e o homem quando morre.
E a desumana voz que grita: Faça! - e faz-se,
e a outra, a que nos fala, e em doce tom discorre.
E as equações diferenciais do espaço,
e os três metros quadrados de uma cela.
E a truculenta família do palhaço,
e a fétida ninhada da cadela.
E as aguarelas frescas da manhã,
e o lápis de carvão da sombra traiçoeira.
E os burgueses do Rodin,
e os robertos da feira,
e a Capela Sistina,
e os bonecos de barro de Barcelos,
e a menina de vidro, opalescente e fina,
e a velha bruxa de excrementos nos cabelos.
Tudo, lágrimas tudo.
Porquê, lágrimas tudo?
António Gedeão
segunda-feira, março 21, 2005
Poesia - Ontem
Por vezes, não sabemos o dia em que estamos, nem sequer temos estro para escrever seja o for. Perco-me nos versos soltos nas ruas por onde vagueio e aspiro as palavras que vogam na atmosfera, sentindo o odor esotérico que se armazena em cada uma delas. E escrevo palavras nunca antes ditas... Palavras... Com elas, arquitecto textos prosaicos sem prosápia... Com elas, idealizo o propício remanso e esbanjo legados descritos num pedaço de papel... Com elas, propago sentimentos numa simples canção... Com elas, escreve-se poesia... Benditos sejam: Camões, Pessoa, Ary, Sophia, Torga, Bocage, Garrett, Cesariny, Negreiros, Sá Carneiro, Gedeão, Cesário Verde...
sábado, março 19, 2005
Limpa-corações
Sei quem tem a purpurina
Que dá lustro aos corações
E limpa as teias do medo
E semeia as ilusões
Sei quem conhece as manhas
Às serpentes e às maçãs
Sei quem dissolve a tristeza
Em solução de aguarrás
Sei quem canta no trabalho
E mexe no choro e no riso
Sei quem conhece um atalho
Para voltar ao paraíso.
Há quem limpe chaminés
Há quem limpe corações.
Dizem que só as crianças
Conhecem esse brinquedo
Mas o limpa-corações
É uma criança em segredo
Que ilumina um dia triste
Com as cores do grande bazar
Quem quiser nem é preciso
Sair para o ir buscar.
Anda perdido no ar
Com o seu verso afiado
Ele dá lustro e areja
O pó dum coração fechado.
Há quem limpe chaminés
Há quem limpe corações...
Carlos Tê
Que dá lustro aos corações
E limpa as teias do medo
E semeia as ilusões
Sei quem conhece as manhas
Às serpentes e às maçãs
Sei quem dissolve a tristeza
Em solução de aguarrás
Sei quem canta no trabalho
E mexe no choro e no riso
Sei quem conhece um atalho
Para voltar ao paraíso.
Há quem limpe chaminés
Há quem limpe corações.
Dizem que só as crianças
Conhecem esse brinquedo
Mas o limpa-corações
É uma criança em segredo
Que ilumina um dia triste
Com as cores do grande bazar
Quem quiser nem é preciso
Sair para o ir buscar.
Anda perdido no ar
Com o seu verso afiado
Ele dá lustro e areja
O pó dum coração fechado.
Há quem limpe chaminés
Há quem limpe corações...
Carlos Tê
domingo, março 13, 2005
O que vai ser de mim
Prometeram-me um futuro
E eu sem querer acreditei,
Comprar a vida sem juros,
Ser dono do Cristo-Rei.
Vou usar jeans e gravata
E um Ferrari amarelo,
Um dia vou ser político
Ou talvez super-modelo.
A vida é um telecomando,
Eu sou o 5º canal,
Sou todos os sonhos perdidos
Por isso viva Portugal!
E agora o que vai ser de mim?
Será que vai ser sempre assim?
Hoje vi mais um concurso
De estrelas de rock´n roll,
De certezas e proezas,
Sexo, droga e futebol!
À noite na discoteca
Os shots falam verdade,
Afinal para que serviram
Dez anos de Faculdade?
A vida é um telecomando,
Eu sou o 5º canal,
Sou todos os sonhos perdidos
Por isso viva Portugal!
Pedro Abrunhosa
E eu sem querer acreditei,
Comprar a vida sem juros,
Ser dono do Cristo-Rei.
Vou usar jeans e gravata
E um Ferrari amarelo,
Um dia vou ser político
Ou talvez super-modelo.
A vida é um telecomando,
Eu sou o 5º canal,
Sou todos os sonhos perdidos
Por isso viva Portugal!
E agora o que vai ser de mim?
Será que vai ser sempre assim?
Hoje vi mais um concurso
De estrelas de rock´n roll,
De certezas e proezas,
Sexo, droga e futebol!
À noite na discoteca
Os shots falam verdade,
Afinal para que serviram
Dez anos de Faculdade?
A vida é um telecomando,
Eu sou o 5º canal,
Sou todos os sonhos perdidos
Por isso viva Portugal!
Pedro Abrunhosa
terça-feira, março 08, 2005
Traz outro amigo também
Amigo maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem...
Por essa estrada amigo vem...
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras,
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também...
Aqueles,
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também...
José Afonso
Por essa estrada amigo vem...
Por essa estrada amigo vem...
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras,
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também...
Aqueles,
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também...
José Afonso
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