Dois olhares que se cruzam,
Dois sorrisos que despertam,
Dois corações que se intimidam,
Duas almas que se apertam,
Duas bocas no silêncio ancoradas,
Duas almas que vacilam sem razão,
Duas metades de Lua emaranhadas,
Dois anjos cintilantes na escuridão.
Duas mãos totalmente vazias,
Duas almas cobertas por um véu,
Duas vozes que cantam todos os dias,
Dois pombos paradisíacos, donos do Céu,
Dois corações que sibilam no escuro,
Duas almas vivas na pobreza do Mundo,
Dois corações que anseiam o mesmo futuro,
Duas almas que se saciam num beijo profundo.
Um momento que amanhece
Numa palavra por dizer...
Um regaço que aquece
Um coração a tremer...
Uma mão estendida
De um vagabundo à espera
De um beijo ao adormecer
De uma dama da Primavera...
Texto de João Garcia Barreto
Um poema escrito em 2003
quinta-feira, janeiro 29, 2009
terça-feira, janeiro 27, 2009
2 Tempos
O vento sopra de ti
À minha janela,
Despistando rumores
E sempre a tua presença
Nesta lua secreta,
Sem cupido nem seta
Quando à tua nascença,
Choraste em mim.
Lembra-te que o amor é um mundo sem fim.
Como se o silêncio
Que repousa nas casas
Fosse apenas uma pausa
E sempre a tua presença
Nesta lua secreta,
Sem cupido nem seta
Quando à tua nascença,
Choraste em mim.
Lembra-te que o amor é um mundo sem fim.
Pelos teus olhos, eu visse
A tua alma e os despisses
Ao curar a minha dor
Neste rumo sem rota
Ninguém sabe de si
E, no fundo, sem crença,
Ninguém nota a diferença
E tu acreditaste em mim.
Lembra-te que o amor é um mundo sem fim.
Texto de João Gil
Fotografia de João Garcia Barreto
sexta-feira, janeiro 23, 2009
Beijo da Eternidade
Tudo o que vejo não é miragem,
Tudo o que desvendo na alma
Perdura na essência da imagem
Do Mar que nos acalma.
Tudo o que sinto na realidade,
O que armazeno na arca sincera,
Transfigura a doce saudade
Numa rosa da Primavera.
Tudo o que, em mim, flameja,
Tudo o que, em mim, é fecundo,
É a Música que me beija
Numa lacuna do Mundo
Tudo o que perdura nas páginas da verdade,
Tudo o que existe e não tem fim,
Fortalece a doce saudade,
Beijo da Eternidade em mim.
E tudo o que vês não é submerso...
A imagem que observas é o regresso...
De novo, perto de mim,
Observas o Horizonte,
Se eu, a ti, retornei
Foi da água que bebi na fonte.
Estava escrito nas lajes
Da fonte em que bebi,
O segredo que desvendei
Para repousar hoje, aqui.
Texto de João Garcia Barreto
Fotografia de Vanessa Pelerigo
segunda-feira, janeiro 19, 2009
O Amor Urge no Desconcerto do Mundo
Percorro a solidão das ruas, onde invento os teus passos e a fragrância das tuas mãos e, quando não estás, anseio-te, desenfreadamente, como um louco que só repete as palavras que usas e, mimeticamente, produz os gestos que perduram na miragem que vê e tange.
A noite adormece devagar ao som reproduzido pela leda madrugada, enquanto o meu corpo se arrasta na sua indolência. São horas de regressar ao quarto vazio, onde te escrevo, na ausência dos dias. Não imaginas os poemas e as pautas inuteis que atapetam o chão. Vem... o Amor urge no desconcerto do Mundo...
Texto de João Garcia Barreto
Fotografia de Vanessa Pelerigo
terça-feira, janeiro 13, 2009
A Última a Morrer
sábado, janeiro 10, 2009
Cantiga de Amigo
Nem um poema nem um verso nem um canto
Tudo raso de ausência Tudo liso de espanto
E nem Camões Virgilio Shelley Dante
- O meu amigo está longe
E a distância é bastante.
Nem um som nem um grito nem um ai
Tudo calado Todos sem mãe nem pai
Ah! Não, Camões Virgilio Shelley Dante!
- O meu amigo está longe
E a tristeza é bastante.
Nada a não ser este silêncio tenso
Que faz do amor sozinho o amor imenso.
Calai Camões Virgilio Shelley Dante:
O meu amigo está longe
E a saudade é bastante!
Texto de José Carlos Ary dos Santos
Fotografia de Vanessa Pelerigo
Parabéns, Vanessa. Pela Amizade... Pela Música... Pela Poesia que nos une...
quarta-feira, janeiro 07, 2009
O Amor Não Se Empresta
Escrevo-te, de novo, na ausência dos dias
Onde pernoito devagar...
Doi-me a saudade de te querer em mim...
Revejo-te no que, no leito, não me dizias
E osculo-te sem cessar...
Perco-me na memória por te ansiar assim...
Bebo-te em tragos lentos na contradança
Que forjámos aqui...
Sinto a brisa do teu corpo no quarto deserto...
Espero-te na noite, onde a Lua balança...
Depuro-te no que vivi
E lembro-te na despedida no lugar incerto...
E o tempo que sentes,
Preso no silêncio das mãos prementes
É tudo aquilo que nos resta...
Tu sabes: “O Amor não se empresta...”
Texto de João Garcia Barreto
Fotografia de Vanessa Pelerigo
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