O corpo desespera e sobrevive sem futuro,
o âmago lacera no chão que não é seguro
e o fel da Sida devora o resto da vida
de quem dorme no cadoz e suplica sem voz
na sorte perdida.
Solta-te
e vem,
Mata a fome dos dias.
Sente
e sacia
a dor das mãos vazias.
A alma exaspera e devasta-se na luz do dia,
a solidão impera em sonhos sem a cotovia,
o rosto do medo augura o fim do enredo
e o Mundo fenece na mão de quem pede perdão
e jaz no degredo.
Solta-te
e vem,
Mata a fome dos dias.
Sente
e sacia
a dor das mãos vazias.
Texto de João Garcia Barreto
Texto registado no IGAC e escrito para uma música composta por Ruben Alves