Não sei dizer-te
se o que arde no pejo
é a frágua de ter-te
no mosto do beijo,
se a luz que tece
a silhueta do dia
é a mão que amanhece
sobre a pele macia.
Sei só dizer-te
que o corpo fermenta
a ânsia de ver-te
no que o tempo alenta.
Exala o cravo
do peito em ardor
e baila na dança
de um beijo em flor.
Não sei dizer-te
se já sei o enredo
do sonho de querer-te
sobre o chão sem medo,
se a tez carmesim
que contemplas agora
é o amor sem fim
na terna aurora.
Sei só dizer-te
que o corpo fermenta
a ânsia de ver-te
no que o tempo alenta.
Exala o cravo
do peito em ardor
e baila na dança
de um beijo em flor.
Texto de João Garcia Barreto
Tema registado no IGAC e realizado para peça "Carnaval Infernal", escrita por Carlos Correia e produzida pelo Teatro Passagem de Nível