Tudo o que vejo não é miragem,
tudo o que desvendo na alma
perdura na essência da imagem
do mar que acalma.
Tudo o que sinto na realidade,
o que armazeno na arca sincera,
transfigura a doce saudade
numa rosa da Primavera.
Tudo o que em mim flameja,
tudo o que em mim é fecundo,
é a Música que me beija
numa lacuna do Mundo.
Tudo perdura nas páginas da verdade.
Tudo o que existe e não tem fim,
fortalece a doce saudade,
beijo da Eternidade em mim.
e tudo o que vês não é submerso,
a imagem que observas é o regresso.
De novo, perto de mim,
observas o Horizonte,
se eu, a ti, retornei
foi da água que bebi na fonte.
Estava escrito nas lajes
da fonte em que bebi
o segredo que desvendei
para repousar, hoje, aqui.
Texto de João Garcia Barreto
Canção escrita em 2003