A que te sabem os meus lábios quando neles se desenha outro dia, marcado pela perfeição da tua pele no meu corpo?
Quando, sobre o silêncio, se constrói a indefinição do amor, perdido entre os versos de tantas palavras que não disse...?
Separo-me de ti.
E tudo é igual ou quase tudo é igual
E nada é a mesma coisa sem ti.
Às vezes suspeito que são os teus passos atrás de mim.
Que é o teu silêncio que se fecha sobre os corredores
E o tempo coalha.
O teu amor espreita o meu corpo de longe.
Os livros, os versos, as flores...
Só ele tem voz e um gesto,
Onde se escreve sem porquê
(Quando pergunto onde estás
E já o sabia
E me sofrias)
Esta dor que não se vê.
Dou-me conta que me faltas
E sinto-me só.
Procuro-te entre as pessoas
E as ruas da cidade
E nada mais faço que esperar
Até que chegues.
Fazes-me falta.
(Quando voltas para me abraçar?)
Olho em volta.
Está tudo como gostas:
O sofá de pele,
A carpete a beijar o chão,
A cama onde nos amamos,
As folhas desalinhadas sobre a mesa da sala,
As revistas de arte e os jornais.
Não sei esperar-te
- talvez amar-te -
Sem que tudo de ti seja meu
Porque és tão único como a poesia e coisas assim,
Porque é impossível a extensão das palavras
Nas asas de um pássaro.
Porque tudo é possível no amor.
Como tu, para sempre, em mim.
Vanessa Pelerigo
Poema gentilmente cedido pela autora.
2 comentários:
A tua vida parece feita de poemas e músicas. Engano-me?
nao sei se diga
a verdade
nao sei
nao sei e nao quero
mentir
so te sei dizer
apenas
os teus poemas
nao sao em vao
sao para fazer
sentir
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