Em trabalho, corri o Algarve de lés a lés. Três dias e duas noites indeléveis...
Já são 5 da manhã
Ainda há tempo esta noite
Para quem começa a viver,
A rádio sussurra "Manhatã"
Em acordes distorcidos
Que nos enchem de prazer
Voam pássaros morcegos
Assustando o pára-brisas
E a paisagem que amanhece.
Queres parar, mas não aqui
Que essa luz parte de ti
E o desejo que acontece.
Da chuva faço mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chão a pele quente
Do Algarve a acordar
Já passamos Castro Verde,
E escreveste na planície
Como se esta fosse um papel,
Dizes: "o mundo não compreende
Mais do que está à superfície"
"Ne me quitte pas", pede Brell
Entre néons e Nirvana
Vais mudando de estação
Como se a próxima fosse a melhor.
E os sons que a serra esconde
Entre o asfalto e o monte,
São mais que a pressa do motor.
Da chuva faço mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chão a pele quente
Do Algarve a acordar
Um dia de silêncio
É um dia de amargura
Igual a outro dia qualquer
Trazes nos olhos o desejo
Onde vejo a aventura
Que ainda vamos viver.
Da chuva faço mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chão a pele quente
Do Algarve a acordar
Pedro Abrunhosa
3 comentários:
uns no Algarve, outros...
um beijo *
Adoro essa música. Pelo Algarve?
Bjs* boa semana
Por terras de sol, cerrando os olhos para louvar o ritual da maresia...
(Gostava de poder cotar consigo na FNAC CHIADO, dia 28, no lançamento do meu novo livro)
Forte abraço!
JAS
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