Navegar navegar
Mas, ó minha cana verde
Mergulhar no teu corpo
Entre quatro paredes.
Dar-te um beijo e ficar
Ir ao fundo e voltar,
Ó minha cana verde,
Navegar, navegar
Quem conquista sempre rouba.
Quem cobiça nunca dá
Quem oprime, tiraniza,
Naufraga mil vezes,
Bonita, eu sei lá...
Já vou de grilhões nos pés.
Já vou de algemas nas mãos,
De colares ao pescoço,
Perdido e achado,
Vendido em leilão.
Eu já fui a mercadoria
Lá na praça do Mocá,
Quase às avé-marias
Nos abismos do mar
Já é tempo de partir.
Adeus, morenas de Goa
Já é tempo de voltar.
Tenho saudades tuas,
Meu amor
De Lisboa.
Antes que chegue a noite
Que vem do cabo do mundo
Tirar vidas à sorte
Do fraco e do forte
Do cimo e do fundo.
Trago um jeito bailarino
Que, apesar de tudo, baila
No meu olhar peregrino
Nos abismos do mar
Texto de Fausto Bordalo Dias
1 comentário:
Olá, deixei um presente para si no meu blog. Bjs
Enviar um comentário