Escrevo-te, de novo, na ausência dos dias,
Onde pernoito devagar.
Dói-me a saudade de querer-te em mim.
Revejo-te no que, no leito, não dizias
e beijo-te sem cessar,
perco-me na memória por ansiar-te assim.
Bebo-te em tragos lentos na contradança
Que forjámos aqui.
Sinto a brisa do teu corpo no quarto deserto.
Espero-te na noite, onde a Lua balança,
Depuro-te no que vivi
E lembro-te na despedida no lugar incerto.
E o tempo que sentes
Preso no silêncio das mãos prementes
É tudo aquilo que nos resta.
Tu sabes, o Amor não se empresta.
Texto de João Garcia Barreto
4 comentários:
"Escrevo-te, de novo, na ausência dos dias,
Onde pernoito devagar...
Dói-me a saudade de querer-te em mim.
Bebo-te em tragos lentos.
E o tempo que sentes
Preso no silêncio das mãos
É tudo aquilo que nos resta."
L I N D O
Diz-me o teu nome - agora, que perdi
quase tudo, um nome pode ser o princípio
de alguma coisa. Escreve-o na minha mão
com os teus dedos - como as poeiras se
escrevem, irrequietas, nos caminhos e os
lobos mancham o lençol da neve com os
sinais da sua fome. Sopra-mo no ouvido,
como a levares as palavras de um livro para
dentro de outro - assim conquista o vento
o tímpano das grutas e entra o bafo do verão
na casa fria. E, antes de partires, pousa-o
nos meus lábios devagar: é um poema
açucarado que se derrete na boca e arde
como a primeira menta da infância.
Ninguém esquece um corpo que teve
nos braços um segundo - um nome sim.
(Poema de Mª do Rosário Pedreira)
"Escrever letras e compôr música é como sentar e abrir uma veia"`
John Lenon
Continua a abrir as tuas veias João e a deliciar-nos com a tua arte:).BeijO
É sempre um prazer!
Obrigada por partilhares mais um momento!
Beijinhos.
Joana
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