Escrevi este poema a pedido de um manager insigne, que ainda hoje se enquadra no júri de um programa de uma estação de televisão privada. O gestor de carreiras musicais pretendia que o poema fosse integrado numa melodia já forjada por um finalista da 1ª. versão do mesmo programa. Segundo o manager, a letra escrita pelo neófito do programa televisivo não passava de um registo de verborreias criadas por um "azeiteiro". À posteriori, aquilo que constatei era inexoravelmente exíguo. No entanto, o jovem cantor repudiou a minha gentil dádiva. Talvez o meu poema não tivesse também o devido valor...
De mãos dadas, vagueamos na rua
Presos às palavras que ambos dizemos...
Nem sequer notamos que o momento que se oculta
É o refúgio daquilo que ambos sabemos...
Será a sombra do beijo
Que, no silêncio, se quer soltar?
Será a sombra do beijo?
Desvendamos segredos escondidos no pó,
Enquanto passeamos no outro lado do Mundo.
E o tempo prende-se na solidão das palavras
Como se fosses Princesa e eu, vagabundo...
Será a sombra do beijo
Que, no silêncio, se quer soltar?
Será a sombra do beijo?
As horas passam e os minutos evanescem,
Enquanto realçamos o que ambos sabemos.
E os sorrisos fugazes que desaparecem
São a senha daquilo que juntos seremos...
Será a sombra do beijo
Que, no silêncio, se quer soltar?
Será a sombra do beijo?
Poema registado na Sociedade Portuguesa de Autores
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