quando o pêndulo se move
e o frio é tão voraz
que regela a escuridão
sobre a cidade da ficção,
onde tudo é fugaz
e um afamado trovador
já prolifera o amor
que escreve no folhetim
à espera que a tua mão
se abra num só refrão,
cantado no teu jardim.
Fecha bem a porta à solidão
e não te apegues às desilusões.
Dá, então, abrigo ao coração
de um fazedor de canções
É certo que há razão
por que palpita o coração
de um ávido poeta
que não teme o abismo
e antevê o cataclismo
com a ponta da caneta,
gosta de cambiar o Mundo
e em apenas um segundo
parte e deixa a sua metade
e não haverá uma hecatombe
nem uma alma só que zombe,
porque regressa na saudade.
Fecha bem a porta à solidão
e não te apegues às desilusões.
Dá, então, abrigo ao coração
de um fazedor de canções.
@João Garcia Barreto
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@João Garcia Barreto
Poema registado no IGAC
Autor representado pela Sociedade Portuguesa de Autores