Pesa, no peito, a ilusão!
A corja do capital
Mata o sonho na desilusão.
Bajulas o charlatão
Que negoceia a televisão.
E degolas a educação
No desprezo da podridão.
Reage, meu vulgo turvado!
Padeces, no chão, pisado.Acorda, Portugal!
Arde a liberdade tão perto.
Desata o bem do mal
Na austeridade do deserto.
Acorda, Portugal!
Pulsa o cravo na canção!
Quebra-se o cristal
Na dor que sofres sem solução.
Exaltas a vaidade
Dos plutocratas sem razão.
E sufocas a vontade
Na hipoteca da nação.
Reage, meu vulgo turvado!
Padeces, no chão, pisado.
Acorda, Portugal!
Arde a liberdade tão perto.
Desata o bem do mal
Na austeridade do deserto.
E as almas que revogas na solidão?
E as vozes que afogas na multidão?Acorda, Portugal!
Arde a liberdade tão perto.
Desata o bem do mal
Na austeridade do deserto.
E o desemprego que já basta
Na economia que se assiste?E o desassossego que se arrasta
Na hipocrisia que persiste?
E a desigualdade que perdura
Na demagogia que não desiste?
E a sociedade sem cultura
Na idiocracia que resiste?
Acorda, Portugal!
Desata o bem do mal.Texto de João Garcia Barreto
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