domingo, dezembro 30, 2007

Beijo da Eternidade



Tudo o que vejo não é miragem,
Tudo o que desvendo na minha alma
Perdura na essência da imagem
Do Mar que nos acalma.
Tudo o que sinto na realidade,
O que armazeno na arca sincera ,
Transfigura a doce saudade
Numa rosa da Primavera.
Tudo o que em mim flameja,
Tudo o que em mim é fecundo,
É a Música que me beija
Numa lacuna do Mundo
Tudo o que perdura nas páginas da verdade,
Tudo o que existe e não tem fim,
Fortalece a doce saudade,
Beijo da Eternidade em mim.

E tudo o que vês não é submerso...
A imagem que observas é o regresso...

De novo, perto de mim,
Observas o Horizonte,
Se eu a ti retornei
Foi da água que bebi na fonte.
Estava escrito nas lajes
Da fonte em que bebi,
O segredo que desvendei
Para repousar hoje, aqui.

João Garcia Barreto


Aos meus pais...

BOM ANO 2008

domingo, dezembro 23, 2007

Pêndulo III

O pêndulo não possui o hábito de andar à velocidade de um caracol. Qualquer dia, é multado por excesso de velocidade. Hoje, é só mais um dia que o pêndulo circula ao seu ritmo banal...
Tento compreender os breves instantes legados pelo pêndulo em cada segundo que passa e percebo que subsiste, endogenamente, um tempo que perdura em cada canção que escrevo no tempo que vivo agora até ao tempo que se demora.
Porém, nasci num breve instante e, à medida que o tempo evanesce, sei que a vida não é mais do que um momento, cuja duração é efémera e, paradoxalmente, perene por ser parte de alguém...

A quem faz parte de mim...

sábado, dezembro 01, 2007

A Vida - A Arte Perene

A Vida é a arte que se espelha
No nosso planeta em movimento;
É a voz que se esmera
Nas teias de um amor sedento.

A Vida é o apelo escrito no mural
Pelo povo oculto na ausência de expressão;
É o manifesto do vulgo que craveja
Nas ruas em que se desenrola a revolução.

A Vida é a resistência de quem padece
Debaixo da intempérie da guerra,
De quem se imuniza no sonho indelével
Mesmo quando o dia encerra.


João Garcia Barreto