sábado, setembro 11, 2010

O Amor Não Se Empresta

Escrevo-te, de novo, na ausência dos dias,
Onde pernoito devagar...
Dói-me a saudade de querer-te em mim.
Revejo-te no que, no leito, não dizias
E osculo-te sem cessar...
Perco-me na memória por ansiar-te assim.

Bebo-te em tragos lentos na contradança
Que forjámos aqui.
Sinto a brisa do teu corpo no quarto deserto.
Espero-te na noite, onde a Lua balança,
Depuro-te no que vivi
E lembro-te na despedida no lugar incerto.

E o tempo que sentes
Preso no silêncio das mãos prementes
É tudo aquilo que nos resta.
Tu sabes, o Amor não se empresta.

Texto de João Garcia Barreto