quarta-feira, julho 21, 2010

Não Desistas de Mim

Eis um artista repleto de histórias para contar, em formato de canção, na ténue sociedade que se perde no absentismo de ideais da actual conjuntura e na plutocracia que reina no consílio político, onde é preciso "Fazer o que, ainda, não foi feito". Com as "Viagens" que fez, o "Tempo" que viveu, o "Silêncio" que reproduziu, o "Momento" que compôs e o "Palco" que sonhou, espelhou a "Luz" do estro que possui. Hoje, cria uma ruptura e parte para "Longe", no intuito de encontrar, de novo, o "Capitão da Areia". "Longe" é, decerto, um álbum indispensável na sociedade portuguesa, o que se comprova no seguinte grito premente:

A porta fechou-se contigo,
Levaste, na noite, o meu chão,
E, agora, neste quarto vazio,
Não sei que outras sombras virão
E alguém, ao longe, me diz...

Há um perfume que ficou na escada,
E, na TV, o teu canal está aberto,
Desenhos de corpos na cama fechada,
São um mapa de um passado deserto.

Eu sei que houve um tempo
Em que tu e eu
Fomos dois pássaros loucos,
Voámos pelas ruas
Que fizemos céu,
Somos a pele um do outro.

Não desistas de mim,
Não te percas agora,
Não desistas de mim,
A noite ainda demora.

Ainda sei de cor o teu ventre
E o vestido rasgado de encanto,
A luz da manhã,
O teu corpo por dentro,
E a pele na pele de quem se quer tanto.

Não tenho mais segredos,
Escondi-me nos teus dedos,
Somos metades iguais.
Mas hoje,
Só hoje,
Leva-me para onde vais
Que eu quero é dizer-te:

"Não desistas de mim,
Não te percas agora,
Não desistas de mim,
A noite ainda demora".

Texto de Pedro Abrunhosa

Um abraço, Pedro...

segunda-feira, julho 12, 2010

Esquissos

Numa folha em branco,
Matizo o sorriso que improvisas no jardim
E pinto a silhueta dos gestos das mãos brandas
E dos lábios frios que pousas em mim...
Numa folha em branco,
Realço o sexto sentido que, aqui, reconheces
E rasuro o tempo que lateja nas mãos abertas
Que revelam aquilo que só tu conheces.

E, na noite, desenho o Mundo
Que forjámos num beijo profundo...
E, na noite, matizo o perene amor assim...

Esquissos de ti...

Texto de João Garcia Barreto