quinta-feira, setembro 20, 2007

O Amor Não Se Empresta

Escrevo-te, de novo, na ausência dos dias
Onde pernoito devagar...
Doi-me a saudade de te querer em mim...
Revejo-te no que, no leito, não me dizias
E osculo-te sem cessar...
Perco-me na memória por te ansiar assim...

Bebo-te em tragos lentos na contradança
Que forjámos aqui...
Sinto a brisa do teu corpo no quarto deserto...
Espero-te na noite, onde a Lua balança...
Depuro-te no que vivi
E lembro-te na despedida no lugar incerto...

E o tempo que sentes,
Preso no silêncio das mãos prementes
É tudo aquilo que nos resta...
Tu sabes: “O Amor não se empresta...”

João Garcia Barreto

segunda-feira, setembro 10, 2007

Fado do Encontro

Vou andando, cantando
Tenho o sol à minha frente
Tão quente, brilhante
Sinto o fogo à flor da pele
Tão quente, beijando
Como se fosses tu

Ao longe, distante
Fica o mar no horizonte
É nele, por certo
Onde a tua alma se esconde
Carente, esperando
Esse mar és tu

Pode a noite ter outra cor
Pode o vento ser mais frio
Pode a lua subir no céu
Eu já vou descendo o rio...

Na foz, revolta
Fecho os olhos, penso em ti
Tão perto, que desperto
Há uma alma à minha frente
Tão quente, beijando
Por certo que és tu

Pode a lua subir no céu
E as nuvens a noite toldar
Pode o escuro ser como breu
Acabei por te encontrar

Vou andando, cantando
Tive o sol à minha frente
Tão quente, brilhando
Que a saudade me deixou
Para sempre,
Por certo
O meu Amor és tu.

Tim


A ti...