Entoas, no silêncio, um poema sem cessar
E persigo as palavras que soltas na calçada.
Desvendo, em cada sílaba, um segredo por revelar
E um beijo que lateja na boca coutada.
Sim, eras tu que, sem saber, me beijavas
E entregavas, ao vento, o tempo que sonhavas...
Sussurras, no silêncio, uma sóbria semibreve
E persigo o compasso que serena a madrugada.
Desvendo, em cada passo, um abraço puro e breve
E um beijo velado na boca vedada.
Sim, eras tu que, sem saber, me beijavas
E entregavas, ao vento, o tempo que sonhavas...
Texto de João Garcia Barreto
A canção pode ser escutada aqui
sexta-feira, julho 31, 2009
quarta-feira, julho 29, 2009
O Zorro
Eu quero marcar um Z dentro do teu decote,
Ser o teu Zorro de espada e capote
Para te salvar à beirinha do fim.
Depois, num volteface, vestir os calções,
Acreditar de novo nos papões
E adormecer contigo ao pé de mim.
Eu quero ser, para ti, a camisola dez,
Ter o Benfica todo nos meus pés,
Marcar um ponto na tua atenção.
Se, assim, faltar a festa na tua bancada,
Eu faço a minha última jogada
E marco um golo com a minha mão.
Eu quero passar contigo de braço dado
E a rua toda de olho arregalado
A perguntar como é que conseguiu.
Eu puxo da humildade da minha pessoa,
Digo da forma que menos magoa:
"Foi fácil. Ela é que pediu!"
Texto de João Monge
Ser o teu Zorro de espada e capote
Para te salvar à beirinha do fim.
Depois, num volteface, vestir os calções,
Acreditar de novo nos papões
E adormecer contigo ao pé de mim.
Eu quero ser, para ti, a camisola dez,
Ter o Benfica todo nos meus pés,
Marcar um ponto na tua atenção.
Se, assim, faltar a festa na tua bancada,
Eu faço a minha última jogada
E marco um golo com a minha mão.
Eu quero passar contigo de braço dado
E a rua toda de olho arregalado
A perguntar como é que conseguiu.
Eu puxo da humildade da minha pessoa,
Digo da forma que menos magoa:
"Foi fácil. Ela é que pediu!"
Texto de João Monge
segunda-feira, julho 13, 2009
Palavras Nunca Antes Ditas
Tudo o que se sobressai da utopia que advogo
Não é mais do que um substrato do tempo que vivi,
Como a lágrima vertida na atmosfera onde vogo
Não é mais do que um piano pungente que tange por ti…
E as mãos que, na solidão, se intimidam,
Que se desertificam quando o tempo esvaece
Não são mais do que as palavras nunca antes ditas
E veladas num âmago isolado que entorpece…
Por isso, vem… que a saudade não desvanece…
Vem… que o tempo permanece…
E prende-me em ti…
Tudo o que se ocultava no silêncio temível
Não era mais do que a soturna certeza
Que teimava em calcular pela matemática falível
Nos teoremas esotéricos da imensurável natureza.
E se, novamente, me vires assim, imerso no pensamento,
Pensa que emergi do livro do cepticismo filosófico
Escrito pelas mãos da poesia na candura do tempo
E do exagero desenfreado de um amor platónico.
Por isso, vem… que a saudade não desvanece…
Vem… que o tempo permanece…
E prende-me em ti…
Texto de João Garcia Barreto
Fotografia de João Coelho
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