quarta-feira, agosto 30, 2006

Eis O "Refúgio" Que Desvendei...


Um refúgio não é só um oráculo, onde se pode consultar os anjos… Pode ser um momento, onde figuras melódicas espraiadas em compassos simples ou compostos se coadunam com expressões poéticas oriundas de grifos endógenos ou um livro, onde bailam heróis digladiadores e perecem monstros abomináveis. Talvez seja um lugar, onde se realizam ledas tertúlias ou um pedaço de papel, onde se liberta um poema, uma sóbria lacuna no Mundo ou um espaço real, onde a areia e o mar se enamoram.
A esfinge do “Refúgio” laconiza-se na coesão entre o Realismo e o Surrealismo, na qual a quimera é um ensombro de quem sobrevive numa realidade soturna. Em suma, “Refúgio” é todo o momento indelével com formato de canção que pretendo exalar de mim…
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quarta-feira, agosto 23, 2006

A Tua Canção...

Peço-te uma noite só, aqui,
Onde tudo o que vês é metade de mim...
Quero-te numa noite só, assim,
Onde serei sempre parte de ti...

Beijas-me na doce loucura
Que as mãos ocultam por entre os dedos,
Benvinda, se quiseres partir na aventura
E na candura dos gestos ledos...

Eis, a tua canção na terna ausência,
O suspiro do tempo na profunda inocência...


João Garcia Barreto

quarta-feira, agosto 09, 2006

Doce Ensejo

Insurge-se o ensejo, no silêncio do tempo
E a mão aberta que se quer fechar,
Enquanto dançamos na avenida
Antes da manhã regressar...
Desvendo o desejo que se oculta em ti
Na solidão das palavras que recitas
E prendo-me nas teias dos sorrisos
Que, na avenida, dissipas.

E a noite evanesce...
E o tempo permanece em mim...

E se a Lua adormecer,
Sei que me beijas ao amanhecer...
E se o Sol despertar,
Sei que a mão se vai fechar...

Sibila na avenida o doce desejo,
Que se oculta no sopro do vento
E persigo as palavras que soltas
No ledo balanço do momento.


João Garcia Barreto

sábado, agosto 05, 2006

Deixar-te como se amar-te ou querer-te fosse somente liberdade

Mata-me com um só beijo
E afaga o meu corpo até à exaustão
Da pele e do teu toque sobre mim...

Queima as palavras e os espaços
Em branco e cala o passado
Nesse gesto ou noutro qualquer

Não importa sequer
O que de mim faças
Se nos teus dedos
Há, ainda, tanto amor
E desejo por acontecer.

Fala-me do que sentes
Quando não estou;
Dessa dor que te rasga por dentro,
Dos quilómetros de estrada sem regresso,
Das tantas madrugadas,
Onde o verso é, apenas, o que sou.

Diz que és meu
Mesmo que não sejas de ninguém
- Todo meu -
Mente-me só mais um pouco

Os olhos
Os braços
O traço
O peito
A pele
O regaço
O leito
As pernas
Os lábios
Tudo o mais

- Todo tão meu -

Ter que partir,
Sem saber,
Se algum dia
É o retorno.
Esperar vagamente nas calhas da verdade
Como quem nunca chega
Desse lugar tão longe
Que é a saudade.

Vanessa Pelerigo

Um beijo, Vanessa

sexta-feira, agosto 04, 2006

Vida - Arte Perene

A Vida é a arte que se espelha
No nosso planeta em movimento;
É a voz que se esmera
Nas teias de um amor sedento.

A Vida é o apelo escrito no mural
Pelo povo oculto na ausência de expressão;
É o manifesto do vulgo que craveja
Nas ruas em que se desenrola a revolução.

A Vida é a resistência de quem padece
Debaixo da intempérie da guerra,
De quem se imuniza no sonho indelével
Mesmo quando o dia encerra.

João Garcia Barreto
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