domingo, abril 25, 2010

Caos No Deserto

Eis o eco da sociedade
No silêncio amargo que, infelizmente, sentes...
No país das ilusões,
Há quem saiba deturpar os sonhos prementes...
Eis a exígua verborreia
Da pura demagogia da política emproada
Que, no ciclo vicioso,
Zomba sempre na penúria de uma mão sem nada.

E a justiça embargada
Nas estantes do tribunal
E a violência anunciada
Na capa do jornal,
É, somente, a desilusão
Em Portugal...

Caos no deserto que vês tão perto...
Destrói o muro que fustiga o futuro.

Eis o crédito mal parado
No declínio da economia que o banqueiro contamina...
Na assembleia dos agiotas,
Jaz o vulgo na calçada e a escumalha pantomina...
Eis a crise da Educação
Na ignorância de uma nação que se corrói sem cessar...
Eis a vil plutocracia
Que matou a Utopia que a Liberdade soube legar...

E a justiça embargada
Nas estantes do tribunal
E a violência anunciada
Na capa do jornal,
É, somente, a desilusão
Em Portugal...

Caos no deserto que vês tão perto...
Destrói o muro que fustiga o futuro.

Texto de João Garcia Barreto

Dedicado aos meus pais e a quem acredita, ainda, nos ideais que o "25 de Abril" preconizou... Dedicado a Zeca Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Fausto Bordalo Dias, Paulo de Carvalho, entre outros cantautores e poetas de Abril. Dedicados aos jovens de "pós-revolução" que pelejam por um país diferente...

terça-feira, abril 13, 2010

Silêncio Vadio

Perdes o pudor no beijo
Que cedes no semblante que miras
E deitas-te no bel regaço, onde bailas e suspiras.
Devaneias, livre, na luz cambiante
Que, na noite, aflora
E abraças o Mundo no instante que mora.

Despes o corpo no desejo
Que desatas na paixão que arvora
E agarras o ledo ensejo que, no quarto, se demora.
Estendes-te, nua, no chão da alma
Que, no leito, se aventura
E antevês o amor no tempo que perdura.

Danças, perdida, no silêncio vadio
E brindas ao destino no sorvo que bebes.
Entregas a vida ao corpo vazio
Que tange o céu no beijo que cedes
E sorris...

Deleitas-te, enfim, na paz
Que persiste no tempo que sentes
E voas na sombra que jaz na palma das mãos prementes.
Adormeces, depois, na cama que vacila
Na noite que esvanece
E deixas-te partir no sonho que amanhece.

Texto de João Garcia Barreto
Música de Ruben Alves

Um grande abraço, Ruben

A preparar a próxima...

Canção sem intérprete... Em breve, será publicada... Poderão consultar o trabalho do autor da música, aqui.