domingo, março 30, 2008

Cruz Alta

Ficou a promessa,
Onde o Céu se une com a Terra,
Tão perto da Lua que regressa
Aos encantos do palácio e da serra.

Ficou a promessa,
Lá no cume, onde Deus pousou,
Tão perto do Sol que regressa
Aos braços de quem ressuscitou.

E só a morte, por ser forte,
Matará o sonho
Preso naquele lugar.
E só a morte, por ser forte,
Matará quem
Viu ali o teu olhar...


João Garcia Barreto

sábado, março 08, 2008

Manhã



Manhã, que em ti encerra
Este mar que não se altera,
Este vento na galera
Que teima em ti pousar.

Madrugada, de repente
Sou pássaro sou gente,
Tão distante e nunca ausente
E teimo em ti pousar.

Mulher, minha alvorada
Tu és o vento que tarda,
Por ti pouso o cansaço
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraço,
Teu leito é o meu regaço
Eu quero assim ficar.

Barco que torna ao porto
No teu corpo eu me aporto,
Aí fico e me recordo
E teimo em ti pousar.

Neblina, despertada
Tão leve quanto a espada,
Que se bate por tudo e nada
E teima em ti pousar.

Mulher, minha alvorada
Tu és o vento que tarda,
Por ti pouso o cansaço
Na verdade de um poema
Na mentira de um abraço,
Teu leito é o meu regaço
Eu quero assim ficar.

Na verdade de um poema
Na mentira de um abraço,
Meu leito é o teu regaço
Eu quero assim ficar.

Pedro Abrunhosa

Fotografia de Vanessa Pelerigo