domingo, março 26, 2006

Silêncio das Mãos

Desculpa se as palavras descrevem o que sinto,
Se os gestos que faço são aquilo que sou...
Desculpa se o silêncio é a razão do que pressinto
Na verdade de alguém que, sempre, te amou...

Desculpa se o corpo não se descola de ti,
Se o desejo corre nas veias da profunda eternidade...
Desculpa se a paixão permanece aqui
E se a memória das mãos perdura na saudade...

E o meu corpo no teu...
Vadio, como sempre...

Viajo na noite por montes e planaltos
Que se estendem no tempo fiel...
Louco, livre, observo o horizonte...
Perco-me na fragrância da tua pele ...

O teu olhar em mim,
Preso no silêncio das mãos,
Enquanto dançamos abraçados no Mundo...

João Garcia Barreto

domingo, março 19, 2006

Mais Um Dia Especial...

Comemora-se, hoje, mais um dia dedicado a uma das pessoas que teve a responsabilidade de colocar mais um ser humano no Mundo. Devemos aquilo que somos à educação ou não educação de quem abriu-nos as portas à vida inconstante que vivemos. E, talvez, o que é constante na vida é viver, amando e ultrapassando os obstáculos que surgem no tempo...
Não quero fazer deste texto um ensaio filosófico. Quero manifestar-me, desta forma, pela perseverança e primazia de quem me arquitectou sem pensar no resultado final. E, assim, sou tudo aquilo que vês...
Fizeste-me perceber que o amor é um momento, onde entregamos o âmago fiel à aventura coadjuvada pela loucura, longe da razão que nos corrói sem cessar. E tu sabes que sou assim... Sou um eterno e louco aventureiro, que nunca resistiu ao desejo...
Sei sempre regressar ao lugar conquistado. Sei chorar, rir e o prazer de sorrir. Ensinaste-me a lutar e a agarrar o ensejo com a força das mãos e a viver na terna saudade. Por isso, afirmo-te, aqui, que sou o filho perene do Mar...

A ti, Pai...

João Garcia Barreto

segunda-feira, março 06, 2006

Peter's

Encontro uma Ilha.
Será maravilha
Ou tem o que ninguém deu
Durante a viagem para o outro lado.

É mais outra ilha...
Será que é mais outro porto
Em que se bebeu
E se esqueceu um outro fado

Há quem espere por nós assim
Mesmo ao meio da rota do fim,
Há quem tenha os braços abertos
Para nos aquecer e acenar no fim.

Há quem tema por nós assim
Quando os barcos partem por fim,
Há quem tenha os braços fechados
Com um beijo jurado, eu voltarei para ti...

Nunca é miragem.
Sabemos que o cais é certo,
É a estrela polar
Em sol aberto a castigar.

Ficamos mais perto.
Sentimos mais dentro
A força do que nós somos
E do que queremos reconquistar

Há quem espere por nós assim
Mesmo ao meio da rota do fim,
Há quem tenha os braços abertos
Para nos aquecer e acenar no fim.

Há quem tema por nós assim,
Quando os barcos partem por fim,
Há quem tenha os braços fechados
Com um beijo jurado, eu voltarei pra ti...

Dança de nuvens...
O vento é meu companheiro
Para me embalar no meu repouso
De aventureiro.

Há quem espere por nós assim,
Mesmo ao meio da rota do fim,
Há quem tenha os braços abertos
Para nos aquecer e acenar no fim.

Há quem tema por nós assim,
Quando os barcos partem por fim,
Há quem tenha os braços fechados
Com um beijo jurado, eu voltarei pra ti...

Luís Represas