sexta-feira, junho 09, 2006

Que linguagem tem o teu coração que não o entendes?

A aurora insurge-se na melodia da Primavera que o Sol, ledamente, assobia. Nem o indesejado som do motor dos carros dispersos pela rua abafa o belo canto que escuto na manhã clara. Nem as palavras descrevem o silêncio que se faz dentro de mim quando o meu olhar se desfaz na atmosfera, onde te respiro. E, assim, anseio-te em qualquer lugar, onde deixas tanto de ti...
Que linguagem tem o teu coração que não o entendes? Sei que me respiras, pressinto aqui...Espero-te de mão aberta à espera de se fechar, quando os nossos olhares se alimentam do beijo demorado. Por isso, vem e ensina-me a voar... Faz-me crer que as mãos amanhecem no teu rosto sublime como um toque divino da rara beleza num canteiro de um jardim. Abraça-me... Beija-me... Sente-me... Pressente-me... Longos são os braços que te enleiam no divã da sala, mas... que linguagem tem o teu coração que não o entendes? Abraça-me... O amor urge no desconcerto do Mundo... Preciso de ti...


Texto de João Garcia Barreto

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