terça-feira, janeiro 08, 2008

Eufemismo da Memória

Os desusados idealistas partidários são, actualmente, condenados pelos seus próprios partidos, sendo obrigados a dissertar as suas opiniões políticas nos media. Os partidos já não possuem ideais e reflectem, hoje, a demagogia com mais vigor. O dinheiro é, indubitavelmente, o fruto mais apetecido pelos políticos que governam um país iníquo, cuja maioria dos seus habitantes pátrios se encontram entorpecidos e imersos num absentismo de ideais e de sonhos.
O Exmo. Sr. Primeiro-Ministro não é, definitivamente, o Robin dos Bosques e, segundo a comunicação social, não é, também, engenheiro.
A Exma. Sra. Ministra da Educação pretende que sejam os professores a limpar as salas de aulas e as instalações sanitárias das escolas públicas do ensino básico, promovendo o desemprego das tarefeiras.
Os tribunais hibernam. No entanto, continua, por parte dos magistrados, a pesquisa incessante de salas para armazenar mais um número significativo de processos sem julgamento, dado à escassez das mesmas, ignorando o pó sobre os dossiers dos esquecidos casos judiciais. Decerto que a Exma. Sra. Ministra da Educação apresentará a solução para este problema do Ministério da Justiça, podendo até solicitar aos professores a limpeza do pó sobre os referidos dossiers, já que os indivíduos visados terão funções acrescidas.
Contudo, isto é só o eufemismo da memória. Resta-me parafrasear a parábola cómica: " e o contribuinte paga isso?! E o burro sou eu?! E o ruim sou eu?!

Muda-se o Governo e... a sociedade é aquilo que se vê...

Sei que desdenho o que é inútil
E a sabedoria de um lacrau fútil,
Que esbanja demagogia
Nos dias de romaria...
Sei que desdenho o lugar,
Onde se perde tempo a escutar
As verborreias tão exíguas
Ditas por mentes não ambíguas...

Sei que desdenho o consumismo
Que corrobora o materialismo
E toda a instância do Poder
Que transfigura o ser...

Isto é só o materialismo da história,
O eufemismo da memória...

Ai, Portugal,
Por onde me levas...

João Garcia Barreto

3 comentários:

Anónimo disse...

Não há dúvida que a nossa memória individual, aligeira e não reflecte todos os disparates provocados pela classe política no passado.Teremos possívelmente que fazer uma reciclagem constante da nossa memória,principalmente no que toca a temas políticos.
Parabéns!

Anónimo disse...

Assim vai o país!
A passividade assustada deste povo impressiona qualquer um...
Há que não perder a esperança que um dia as coisas mudem e pensar que é sempre possível fazer alguma coisa!
Os jovens têm de sair do marasmo e começar a intervir mais...
É bom ter um filho com sensibilidade para as questões sociais.
"Não há machado que corte a raíz ao pensamento...porque é livre como o vento... porque é livre!"
Tenho muito orgulho em ti1
Beijinhos
Mãe

Anónimo disse...

...Como diz o outro " cá vou indo com a cabeça entre as orelhas"...
Por vezes quase que não apetece acordar prá realidade.

bj


nOPia