terça-feira, março 08, 2011

Beijo da Eternidade


@Guincho
Tudo o que vejo não é miragem,
Tudo o que desvendo na alma
Perdura na essência da imagem
Do Mar que acalma.
Tudo o que sinto na realidade,
O que armazeno na arca sincera,
Transfigura a doce saudade
Numa rosa da Primavera.

Tudo o que, em mim, flameja,
Tudo o que, em mim, é fecundo,
É a Música que me beija
Numa lacuna do Mundo.
Tudo o que perdura nas páginas da verdade,
Tudo o que existe e não tem fim,
Fortalece a doce saudade,
Beijo da Eternidade em mim.

E tudo o que vês não é submerso...
A imagem que observas é o regresso...

De novo, perto de mim,
Observas o Horizonte,
Se eu, a ti, retornei
Foi da água que bebi na fonte.
Estava escrito nas lajes
Da fonte em que bebi,
O segredo que desvendei
Para repousar hoje, aqui.

Texto e Fotografia de João Garcia Barreto
Canção escrita em 2003

3 comentários:

Rui disse...

Valeu!

Daniel C.da Silva disse...

Mais do que a rima, a suavidade com que entrosas as palavras é sempre bela e de admirar. Tens nas mãos o dom de dizer muito dessa poesia romântica, bem entrelaçada em palavras escolhidas ao sabor da tua sensibilidade. Estás, uma vez mais, de parabéns :)

Abraço

Unknown disse...

João,
Obrigado pelo poema.
Os versos do retorno ao refúgio são lindos.
No meu regresso de Paris resolvi lembrar esse poema e chamar a atenção para ele no meu post:

»»http://joe-ant.blogspot.com/2011/03/soube-muito-bemvoltar.html ««
...
Uma boa Primavrea neste nosso rincão "à beira-mar plantado"