quinta-feira, dezembro 13, 2012

Livre no Tempo em Mim

O amor murmura a trova de Represas
Na noite que dura nas mãos presas
E voga, feiticeira, em pleno universo
E vive na fogueira de um verso.

O anelo ateia o beijo da vontade
E o corpo anseia a liberdade
E baila, feiticeira, no céu fecundo
E sara a cegueira do Mundo.

Voa, Dama d'Alva, no ardor
Da leda valsa do despudor.

E sente o alento no fogo lento,
Livre no tempo em mim.

A paixão aflora no sonho que madruga,
O fel desarvora na doce fuga
E a voz solfeja o que o peito entoa
Na luz que almeja Lisboa.

Voa, Dama d'Alva, no ardor
Da leda valsa do despudor.

E sente o alento no fogo lento,
Livre no tempo em mim.

Tatuas a flor no peito
E cravas o verso no leito,
Onde exorcizas a solidão.
Arde o amor perfeito
E morre o pudor desfeito
No alvor do coração.

E sente o alento no fogo lento,
Livre no tempo em mim.

Texto de João Garcia Barreto
Registado no IGAC

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