sexta-feira, junho 08, 2007

Algarve

Em trabalho, corri o Algarve de lés a lés. Três dias e duas noites indeléveis...

Já são 5 da manhã
Ainda há tempo esta noite
Para quem começa a viver,
A rádio sussurra "Manhatã"
Em acordes distorcidos
Que nos enchem de prazer

Voam pássaros morcegos
Assustando o pára-brisas
E a paisagem que amanhece.
Queres parar, mas não aqui
Que essa luz parte de ti
E o desejo que acontece.

Da chuva faço mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chão a pele quente
Do Algarve a acordar

Já passamos Castro Verde,

E escreveste na planície
Como se esta fosse um papel,
Dizes: "o mundo não compreende
Mais do que está à superfície"
"Ne me quitte pas", pede Brell

Entre néons e Nirvana
Vais mudando de estação
Como se a próxima fosse a melhor.
E os sons que a serra esconde
Entre o asfalto e o monte,
São mais que a pressa do motor.

Da chuva faço mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chão a pele quente
Do Algarve a acordar

Um dia de silêncio
É um dia de amargura
Igual a outro dia qualquer
Trazes nos olhos o desejo
Onde vejo a aventura
Que ainda vamos viver.

Da chuva faço mil estradas de vidro
E o meu carro a rolar.
No ar o cheiro do destino,
No chão a pele quente
Do Algarve a acordar

Pedro Abrunhosa

3 comentários:

V. disse...

uns no Algarve, outros...

um beijo *

delusions disse...

Adoro essa música. Pelo Algarve?

Bjs* boa semana

Joaquim Amândio Santos disse...

Por terras de sol, cerrando os olhos para louvar o ritual da maresia...

(Gostava de poder cotar consigo na FNAC CHIADO, dia 28, no lançamento do meu novo livro)

Forte abraço!

JAS