sábado, junho 19, 2010

Palavras Nunca Antes Ditas

Tudo o que sobressai da utopia que advogo
Não é mais do que um substrato do tempo que vivi,
Como a lágrima vertida na atmosfera onde vogo,
Não é mais do que um piano pungente que tange por ti...
E as mãos que, na solidão, se intimidam,
Que se desertificam quando o tempo esvaece,
Não são mais do que as palavras nunca antes ditas
E veladas num âmago isolado que entorpece...

Por isso,
Vem...
Que a saudade não desvanece...
Vem...
Que o tempo permanece
E prende-me em ti...

Tudo o que se ocultava no silêncio temível
Não era mais do que a soturna certeza
Que teimava em calcular pela matemática falível
Nos teoremas esotéricos da imensurável natureza.
E se, novamente, me vires assim, imerso no pensamento,
Pensa que emergi do livro do cepticismo filosófico
Escrito pelas mãos da poesia na candura do tempo
E do exagero desenfreado de um amor platónico.

Por isso,
Vem...
Que a saudade não desvanece...
Vem...
Que o tempo permanece
E prende-me em ti...

Texto de João Garcia Barreto

2 comentários:

Daniel C.da Silva disse...

LINDOOOOO

A sério, és mesmo uma das poucas pessoas que leio com imenso prazer: escreves muitíssimo bem... Dás paladar às palavras :)

Abraçao :)

Anónimo disse...

bonito... :)


Uma sugestão para um dia de verão:

http://www.vaiumagasosa.com/2010/06/workshop-vitor-ruas-marco-franco-baldios.html

Pedro Pereira