terça-feira, outubro 12, 2004

Doce Ensejo

Uma canção é uma dança entre duas vertentes estrógenas, que se coadunam. É uma espécie de magnetismo entre a Música e a Poesia... Um poema surge do ensejo que se insurge no silêncio e, em cada palavra sua, vela-se uma semínima escrita numa partitura... Sibilo as palavras que crepitam no coração e escrevo-as numa folha em branco eterna, onde revelo o doce ensejo...


Insurge-se o ensejo no silêncio do tempo
E a mão aberta que se quer fechar,
Enquanto dançamos na avenida
Antes da manhã regressar.

Desvendo o desejo que se oculta em ti
Na solidão das palavras que recitas
E prendo-me nas teias dos sorrisos
Que, na avenida, dissipas.

E a noite evanesce...
E o tempo permanece em mim...

E se a Lua adormecer,
Sei que me beijas ao amanhecer...
E se o Sol despertar,
Sei que a mão se vai fechar...

Sibila na avenida o doce desejo,
Que se oculta no sopro do vento
E persigo as palavras que soltas
E que balançam no momento.


Canção registada na Sociedade Portuguesa de Autores

1 comentário:

sombra_arredia disse...

" O amor consiste na divina graça de parar o tempo"
Inês Pedrosa