sábado, dezembro 23, 2006

Pêndulo II

O pêndulo não cessa e, por conseguinte, o relógio continua o seu movimento habitual. Lá fora, o Sol pousa na varanda e espreita por trás da cortina. Bate na vidraça, no intuito de se penetrar entre quatro paredes caiadas, onde um piano zomba sobre o seu esplendor. Lá vem ele para mais uma das suas visitas de médico...
Abro a janela e deixo-o entrar no quarto, onde dança ternamente. Depois, despede-se e regressa ao espaço, onde se eterniza.
E eu estou aqui, onde o relógio marca mais um ano de vida. O pêndulo não pára, enquanto existir vontade de ficar no Mundo como “a gente vai continuar, enquanto houver estrada para andar” e o tempo evanesce na ilusão de quem não deseja perecer.

2 comentários:

CLÁUDIA disse...

Venho deixar os mais sinceros votos de um Santo e mágico Natal, recheado de presentes de esperança, saúde e paz.

Beijinhos natalícios. ***

delusions disse...

"O pêndulo não pára, enquanto existir vontade de ficar no Mundo como “a gente vai continuar, enquanto houver estrada para andar” e o tempo evanesce na ilusão de quem não deseja perecer." Lindo.

Um bom 2007*