De braços abertos, voas na cidade
A cada sombra que vês,
Onde devoras o perfume lascivo
Do vento do ensejo na tez.
Beijas-me nas palavras que dizes
Em cada lugar que passas
E a avenida desentedia-se na canção
Do tempo eterno que abraças.
E suspiro enquanto suspiras...
E respiro quando respiras...
E, na cidade cansada,
O âmago que balança,
Ao ver-te, sorri...
E o corpo que baila
No Mundo que dança
Por ter-te aqui...
Texto de João Garcia Barreto
Poema registado na Sociedade Portuguesa de Autores
1 comentário:
Se te censuram, não é teu defeito,
Porque a injúria os mais belos pretende;
Da graça o ornamento é vão, suspeito,
Corvo a sujar o céu que mais esplende.
Enquanto fores bom, a injúria prova
Que tens valor, que o tempo te venera,
Pois o Verme na flor gozo renova,
E em ti irrompe a mais pura primavera.
Da infância os maus tempos pular soubeste,
Vencendo o assalto ou do assalto distante;
Mas não penses achar vantagem neste
Fado, que a inveja alarga, é incessante.
Se a ti nada demanda de suspeita,
És reino a que o coração se sujeita.
(William Shakespeare)
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