quinta-feira, novembro 18, 2004

Fada do Tempo

Desvendei-te na friagem da noite, quando as asas se quebraram de tanto sobrevoar as lacunas veladas no Mundo. Amainaste os vendavais que pareciam infindáveis e aconchegaste-me no regaço, onde ainda teimo em repousar. Transfiguraste-me… Inverteste a dolência de um anjo enfadonho, emancipando-o com o alento que transborda de ti…
Talvez sejas dona do tempo e saibas inverter sortilégios… De que terno sonho vieste? De que eterno conto surgiste?
Insurgiste-te nos nefastos pesadelos, que me corroíam inexoravelmente, cobrindo-me com um invólucro feérico. Cristalizaste o tempo no âmago de uma espécie de actor ou de poeta do Amor, oferecendo-lhe hipérboles, metonímias e metáforas sem fim. Com as tuas asas, sou dono do céu… De que noite irrompi? De que sonho renasci? De ti, Fada do Tempo…

Obrigado, Mãe…

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