quarta-feira, novembro 10, 2004

O Relógio ( adereço conceptual para usar no pulso )

Um poeta é um ser pródigo, que transporta no âmago a filantropia. Engendra as mais belas histórias, ejaculando palavras no tempo... Decerto que é imortal... Todas as suas palavras respiram num pedaço de papel eterno...


Pára-me um tempo por dentro
passa-me um tempo por fora.

O tempo que foi constante
no meu contratempo estar
passa-me agora adiante
como se fosse parar.
Por cada relógio certo
no tempo que sou agora
há um tempo descoberto
no tempo que se demora.

Fica-me o tempo por dentro
passa-me o tempo por fora.


José Carlos Ary dos Santos

2 comentários:

Night Swimmer disse...

Ary... um poeta sem tempo!
Poeta louco, poeta pássaro...o próprio Poeta!
Porque todos os Poetas são pássaros loucos...

sombra_arredia disse...

"(...)
Um poema deve ser imóvel
no tempo
como a lua que sobe."

A. MacLeish