sexta-feira, abril 01, 2005

Ausência Discreta

Um dia, ofereceram-me este poema, o qual guardei profundamente e, nesta folha em branco, divulgo-o a todos os que apreciam e saboreiam o gosto das palavras.

Se te adivinhar foi porque me esqueci
Das palavras mudas
Ou de ti.
Meu amor, quando o grito vence
É só o silêncio inerte
Soprando quem desconhece
O lá fora enquanto é gente
E na vida o que arrefece.

Numa bolha de ar o teu suspiro
Será das ruas mendigas uma esmola
Um passo violado e um castigo.
Num corpo farto
Feito retrato
Nas paredes que me abraçam
Pelo tempo esculpido.

Será dos teus olhos um outro lugar
Das manhãs uma solidão repleta
Fujo os beijos sem te saber
Que o amanhã virá depois
Porque na sombra há um vazio de ti
Como na morte a tua ausência discreta.


RoSe_

23.02.03

A ti, por seres genuína...

3 comentários:

Night Swimmer disse...

Tão, mas tão...

Anónimo disse...

Muito obrigada pela tua doçura sobre as minhas palavras. Se elas existem é porque há olhares que as cruzam e lhes dão vida, como o teu hoje aqui o fez.
Há tanto tempo a partilha deste poema e no entanto o momento em que o releio é tão presente...

*

Folha|em|branco

sombra_arredia disse...

Em 2003, em 2003...