quarta-feira, abril 20, 2005

O Nó da Gravata

Aquando tentava fazer o nó da gravata para me apresentar a rigor na minha última noite de gala do ISCTE, modulava uma canção adaptada à situação:

Dou mil voltas ao pescoço
Para dar o nó da gravata
Faço o melhor que posso
E ele não ata nem desata.

Dou nó cego à paciência
Quase até ficar K.O.
É triste a nossa aparência
Depender assim dum nó.

Muita água há-de passar
Lá no meu porto de abrigo
Mais depressa hei-de dar
Um nó bem dado contigo

Porque só quem fizer bem
Esse nó tão transcendente
Pode vir a ser alguém
Com um G grande de gente

Dizem-me com insistência
É um disco já riscado
Rapaz para teres decência
Tens de ter nó aprumado

Muita água há-de passar
Lá no meu porto de abrigo
Mais depressa hei-de dar
Um nó bem dado contigo

É porque o nó da gravata
Diz mais do engravatado
Do que um coração que bata
Num peito mal amanhado

Dou mil voltas ao espelho
E o nó sempre mal dado
Sei que vou chegar a velho
Com o nó sempre de lado

Muita água há-de passar
Lá no meu porto de abrigo
Mais depressa hei-de dar
Um nó bem dado contigo

Carlos Tê

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