quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Arauto de Éden



De tanto sobrevoar,
Indaguei uma lacuna no Mundo,
Em cada espaço, uma candeia acesa...
Em cada toada, um grito profundo...
Encontrei um postigo aberto
E pousei no parapeito.
Soltei um sopro nevado,
Logo, surgiu o esgar desfeito.
Porque planges na madrugada?
Porque deturpas a alvorada?

Sou um arauto de Éden
Que, no teu quarto, veio repousar.
E desvendo o horizonte
No esplendor do teu olhar.
Escuta a doce melopeia,
Que sibila dentro de ti,
Torna perene o tempo
E a missiva que deixo aqui.

Texto de João Garcia Barreto
Fotografia de Miguel Rezende

Em memória do meu avô, Joaquim Barreto...

1 comentário:

Anónimo disse...

Para mim, o maior dos suplícios seria estar sozinho no Paraíso.

(Goethe)