sábado, setembro 18, 2004

Fecha-se a mão ao adormecer

"Loucas são as noites que passo sem dormir..." Invento histórias infinitas que revelam a poesia e a música que vivem endogenamente em mim. Talvez sejam as palavras e as figuras ritmicas e melódicas veladas numa boca cerrada que descrevem os momentos efémeros, mas paradoxalmente invertidos em forma de Eternidade. No fundo, a poesia reencontra-se com a música, quando as suas mãos se fecham uma na outra e transformam a evanescência do momento na eternidade do tempo. Enfim, uma canção nasce como tudo o que existe, quando o momento de amor for perene no tempo...


Hoje, sou dono do céu
Sem o querer ultrajar.
Voo como um pássaro na contraluz,
Insistindo em te procurar...

Imagino os teus gestos
Sitos nas partituras em que os descrevo,
Indagando no canto da noite
O silêncio incólume que aqui escrevo...

Rejuvenesce-me o sorriso
Embalado pelo anoitecer.
Abre-se o horizonte!
Fecha-se a mão ao adormecer.
Foram dois anjos que se cruzaram
Num momento omnipotente,
Onde se desfez a solidão
Num beijo ardente.


Canção registada na Sociedade Portuguesa de Autores

Sem comentários: